O Instituto Galpão Gamboa acaba de inaugurar a sua garagem, um espaço para shows e festas na zona portuária do Rio. Fomos chamados para fazer um dos murais que compõem o local, junto com Gabi Carrera e Antônio Guedes.
Elcerdo, Stêvz e Victor Marcello (do Projeto Nosotros) desenvolveram esse iceberg malucão aí embaixo.
Para uma explicação mais contundente dos porquês e comos:
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Os artistas dos coletivos Beleléu / Nosostros assinam um mural que se utilizada forma bruta do espaço da garagem, interagindo com ele. A divisão, a meia altura, da parede, sugere o horizonte e o oceano onde flutua um emblemático iceberg geométrico. Dele, desprendem-se objetos improváveis, numa falsa explicação que abre margem às mais diversas interpretações.
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A pintura – já gasta – da parede, é dividida em duas partes: no topo o céu, a superfície, o visível – embaixo o oceano, o profundo e submerso. Um iceberg flutua sobre os dois campos, ligando consciente individual e inconsciente coletivo. Os itens sobrepostos, ao redor, sugerem interpretações e sentidos ocultos ao artefato central, como uma apropriação sobre a apropriação anterior do espaço.
As setas em forma de organograma ou índice de partes, revelam caminhos improváveis de livre associação que, no fundo, não chegam a lugar nenhum: o iceberg não existe, e não serve pra nada.
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